sábado, 26 de junho de 2010

YODA - Meu estranho cão feliz! Post 3...

Coloquei a caminha dele na porta do nosso quarto com uma cobertinha, deitei ele lá e fomos dormir. A noite em si foi tranquila, alguns choros, outros “vai deitar na sua cama”, mas nada fora do normal, pelo contrário, pois depois que ele dormiu só foi acordar às nove horas da manhã e isso me deixou extremamente feliz!
Levei ele no veterinário logo cedo e como não conhecia nenhum médico dessa área fui em um perto de casa mesmo.
O Dr. o examinou e disse que pra começar a conversa, ele não tinha apenas 30 dias de idade nem brincando, que a arcada dentária dele já se mostrava quase completa levando a acreditar que a idade dele era de no mínimo três meses. Disse que ele estava com foliculite, que é um problema dermatológico, e com otite nos ouvidos, mas que estes eram problemas simples, receitando um xampu para o problema de pele e um remédio para os ouvidos.
Eu expliquei pra ele a dúvida que estávamos em relação ao modo de ele andar e os olhinhos que pareciam ser um maior que o outro. Depois de colocá-lo no chão pra andar o Dr. logo viu que realmente havia um problemas nas patinhas dianteiras.
Chama-se Displasia de Cotovelo, é um problema comum nessa raça de cães, mas que poderia ser de causa genética, nos levando a crer que o canil possa ter realizado o cruzamento de cães da mesma família, mãe com filho, ou entre irmãos. Ele disse que era bem sério e só poderia ser corrigido com cirurgia.
Aqui na cidade não tinha nenhum veterinário capacitado de confiança pra fazer esse tipo cirurgia, então ele recomendou que o primeiro passo seria fazer um exame de Raio-X pra ver a real situação dos cotovelos, e com o exame em mãos ele iria mostrar pra um colega de trabalho dele que fazia essa cirurgia em São Paulo. O único problema era que a cirurgia ia ficar além das nossas possibilidades financeiras, e ainda sem confirmação de que fossem ficar perfeitas as patinhas dele.
Em relação aos olhos, o médico disse que era normal e que a raça tende a ter olhos arregalados e estrábicos mesmo.
Saí do consultório arrasada, olhando para aqueles olhinhos lindos que pareciam entender meus sentimentos, e pensava no que iríamos fazer com todos aqueles problemas. Mal sabia como ia contar tudo aquilo para o meu marido.
Chorei no carro, tentando achar uma justificativa que levasse uma pessoa fazer mal a um animal indefeso que nada fez de mal pra merecer tudo aquilo. Não conseguia entender como o dinheiro valia mais do que uma vida, em como alguém conseguia pensar apenas no lucro e não no bem estar do animal.
Lembrei que eu perguntei diversas vezes pra moça que me vendeu ele do porque ela estar vendendo ele mais barato, e a resposta que sempre tive foi de que o único problema era de ele já ter pouco mais de trinta dias, que já não era tão fácil vendê-lo, mas que se isso não acontecesse, que ela iria ficar com ele sem problemas.
Fiquei com ódio, e confesso que pensei em devolvê-lo, apenas por um minuto, e foi pelo sentimento de raiva que estava daquela pessoa.
Quando cheguei em casa o Vaguinho estava acabando de acordar, ele logo foi pegando nosso filhote no colo pra brincar, já estava apaixonado por ele também. Aquela cena me deu um nó na garganta, impossível de explicar em palavras.
Minha cabeça estava em parafusos, com mil questões: como começar a contar algo tão ruim? O que será que ele vai dizer? Qual será a melhor decisão a se tomar? Será que tive alguma culpa nisso tudo?
Com calma, mas com uma tremenda tristeza no olhar comecei a contar pra ele tudo que o veterinário havia dito. Percebi que sua feição foi mudando conforme eu ia falando, a cabeça dele foi ficando baixa e seus olhos começaram a mudar. Ele fazia carinho no nosso filhote e me escutava com atenção.
Terminada minha explicação, a única coisa que ele conseguiu me falar foi:
- E agora Kel, o que é que a gente vai fazer?
A única coisa que eu consegui responder:
- Não sei.
Não era surpresa, mas foi só o que consegui pensar naquele momento, que se estendeu por um silêncio.

quinta-feira, 24 de junho de 2010

YODA - Meu estranho cão feliz! Post 2...

A Ju e o Ro me levaram porque o Vaguinho, meu marido, estava trabalhando naquele dia, e como eu não iria aguentar esperar nem mais um segundo, pedi que eles me fizessem esse favor.
Por causa do feriado, o trânsito estava terrível e como não sabíamos andar direito em São Paulo combinei de encontrar a moça no estacionamento de um Shopping.
Chegando, logo vimos o carro com as descrições que ela havia me passado e estacionamos do lado. Ela estava com o marido e a filha e logo saiu do carro pra me encontrar com ele nos braços.
Quando vi aquela coisinha peludinha, não agüentei e fui logo pegando ele pra mim. A primeira coisa que ela me disse foi que não o colocasse no chão por ele ainda não ter todas as vacinas. Eu respondi que tudo bem, mesmo porque essa não era minha intenção, pois o que eu queria naquele momento era olhar ele bem de pertinho.
Confesso que quando olhei pros olhinhos dele vi que eram diferentes, mas como em todas as fotos que eu tinha visto dessa raça, eles tinham sempre os olhinhos meio separados e bem arregalados, não me importei com isso.
Ele era pequenino e com a carinha mais linda que eu já tinha visto. O pêlo apesar de curto, era super macio e não duro como eu pensava, ele parecia de pelúcia.
Entreguei ele pra Ju, minha amiga, e terminei de acertar com a moça a parte do dinheiro e outras dúvidas que eu tinha. Ela havia me dito que ele tinha pedigree, mas que ainda não estava pronto, então assim que ficasse ela me mandaria pelo correio. Me entregou a carteirinha de vacinação e passou as informações sobre a alimentação dele.
Minutos depois estávamos indo embora dali com meu filhote peludo. Minha felicidade era tanta que mal me agüentava. Ele dormiu o caminho todo e, para não haver briga, eu e a Ju viemos revezando o colinho pra ele.
Quando chegamos em Campinas, o Vaguinho havia saído do trabalho e já estava na frente de casa nos esperando pra gente levar a Ju e o Ro pra casa deles, antes de finalmente apresentar o novo lar do nosso filhote.
Encostando o carro do lado dele eu abri a porta e olhei pra ver a reação do “pai da criança”.
A essa altura do campeonato acho que eu já poderia apresentá-lo ao “pai” com o nome que ele teria né?! Pois bem, foi o que fiz:
- Esse aqui é o Yoda, seu filho peludo!!!
Mas espera um pouco. Eu acho que não disse porque o nome dele ia ser Yoda né?
Vamos combinar uma coisa? Só quem nunca assistiu ao filme “Guerra nas Estrelas” é que pode dizer que os cães dessa ração não se parecem com o “Mestre Yoda”, porque é muito igual. Sem contar que se não fosse esse, o nome dele ia ser simplesmente “cão”. Sim, esse é o nome que pai queria que ele tivesse, chegamos a brigar feio por causa disso e o caso só terminou quando tivemos o brilhante encontro com um boneco do Mestre Yoda numa loja, e decidimos que não tinha nome melhor pra ele.
Mas voltando ao encontro de pai com filho, foi muito engraçada a cara do Vaguinho quando viu ele. Foi um olhar totalmente desconfiado tanto de um quanto do outro, e como não poderia ser diferente ele foi logo pegando o filhote no colo pra olhar mais de perto. Eu logo disse pra ele não colocá-lo no chão por causa das vacinas, e depois de olhar um pouquinho, ele o colocou de volta no carro e foi logo dizendo:
- Cachorrinho estranho!
E riu.
Chegando na casa da Jú entramos um pouco, pois minha amiga também é fascinada por cachorros e ela não iria conseguir dormir sem ver mais um pouquinho o novo membro da família.
Dentro da casa dela foi à primeira vez que o colocamos no chão, pra andar, e logo de cara todos viram que tinha alguma coisa errada ali.
Ele parecia estar encerando o chão, as patinhas meio que derrapavam no piso e aquilo parecia muito estranho.
O Vaguinho de cara já começou a questionar e a apontar todos os defeitos do cachorro:
- Ele anda estranho assim mesmo? E esse olho, um maior que o outro, é normal?
No final chegamos à conclusão que ele devia estar estranhando a casa, as pessoas, e até mesmo o chão que era super liso.
Como já era tarde da noite, resolvemos voltar pra casa e depois de lambidas de despedida na dinda e no dindo (sim, eles são os padrinhos dele!) fomos pra nossa casinha, a família reunida; mamãe, papai e filhinho peludinho.
Em casa, eu e o Vaguinho conversamos sobre levá-lo no veterinário no outro dia mesmo, pra ver se ele estava bem e obter informações mais concretas sobre ele, e depois da conversa, pausa para muitos mimos e fotos da primeira noite em casa. E muito medo também de pensar em como seria aquela noite! Rs



Primeira foto em casa

Testando a cama da mamãe e do papai

terça-feira, 22 de junho de 2010

YODA - Meu estranho cão feliz! Post 1...

Minha paixão por cães não é surpresa pra ninguém que já me conhece, pois amo esses peludinhos desde que nasci.
Na verdade só fui ter minha primeira peluda com 13 anos, quando tive que usar um aparelho pra correção de escoliose (problema na coluna), e foi quando meus pais, pra amenizar a minha dor, me deram a Babalú, uma cachorrinha da raça Fox que nos deixou ano passado (2009) pra virar anjinho.


Antes dela eu até consegui ter alguns filhotes, mas por poucas horas, pois quando meu pai chegava em casa com um cachorro minha mãe dava um jeito de se livrar do bichinho no mesmo dia. Não que ela não gostasse de animais, mas preferia eles longe de casa! Ela tem muita alergia coitada, e a Babalú teve sorte!!! rs
Depois que casei e vim morar em Campinas, decidi que queria um filhote pra alegrar a casa e me fazer companhia.
Na verdade sempre quis adotar um filhote que estivesse precisando de um lar, mas não sei porque cismei que queria um da raça Pug. E como quando cismo com alguma coisa, não sossego até conseguir, comecei uma busca por filhotes da raça.
Eu queria uma fêmea, mas como essa raça não é tão comum, a busca foi mais longa do que eu imaginava.
Conheci um pouco desse mercado sujo que é o da venda de animais e fiquei extremamente triste com certas coisas que descobri. Na verdade todo mundo sabe que grande parte dos criadores (não todos) só pensam no lucro e nunca nos animais, mas confesso que não imaginava que fosse tão nojento assim.
Pulando essa parte, entrei em contato com vários criadores, mas todos diziam ter só macho, ou quando tinha a fêmea, era por uns valores muito altos, impossíveis de eu pagar. Até que um dia liguei pra uma moça que vi um anúncio na Internet, pra por acaso perguntar o valor dos filhotes. Ela era de São Paulo e tinha um machinho, e disse que como ele já tinha pouco mais de 30 dias, que ela estava fazendo por um preço melhor. Pedi que ela me enviasse fotos dele para eu ver e minutos depois estava lá na minha tela, aquela coisinha linda me olhando e me pedindo pra fazer parte da minha vida! rs




Nem preciso falar que me apaixonei né?! Passava o dia todo olhando para aquelas fotos e tentando convencer meu marido, o Vaguinho, a me dar esse presente. Ele era contra, pois não gostava dessa raça, aliás, ele também não queria comprar e sim adotar um filhote.
Mas o caso é que ele dizia que essa raça não tinha graça alguma, que eram feios! Ele falava que parecia um boneco que você coloca num lugar e ele fica ali parado do mesmo jeito. rs
Como minha vontade sempre vence no final, continuei trocando e-mails com o dona do filhote para saber mais sobre ele, pois tinha minhas dúvidas em ter um macho. Moro em apartamento e fiquei com medo de ele sair levantando a pata nos móveis pra fazer xixi, mas ela explicou que ele já fazia no jornal e me falou do cone que existe para os machos, que você coloca no jornal para eles usarem de "poste"... rsrs
Eu o queria pra mim, o mais rápido possível, e consegui que um casal de amigos me levasse pra São Paulo para buscar meu filhote. E naquela mesma noite, no feriado do dia 12 de outubro de 2009, meu bebê já estaria comigo.

CONTINUA...